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O que é flacidez muscular?

Data de postagem 27/06/2022 | escrito por
A flacidez muscular e seus aspectos
Flacidez ou “tchauzinho”

Depois de uma certa idade todo mundo começa a se preocupar, em maior ou menor grau, com a aparência. Afinal, ninguém gosta de mostrar os sinais do tempo no corpo. Ainda mais quando envolvem mudanças significativas na aparência, como a notória flacidez muscular, o pesadelo de milhares de pessoas que se dedicam a utilizar atividades físicas (leia-se academia) para melhorar seu visual.

Mas a verdade é uma só: a preocupação e cuidado com a aparência física vem aumentando cada vez mais, o que faz com que se saia em busca por técnicas estéticas utilizadas para tratar as imperfeições da pele e do corpo.

E o que vem a ser a flacidez? Basicamente é uma condição que, ligada a qualquer parte do corpo, acontece por conta da perda ou dano do colágeno, uma importante proteína de certos tecidos do nosso corpo, que dá propriedades elásticas, de sustentação e firmeza. Trata-se da proteína mais abundante em nosso corpo (cerca de 25% da proteína corporal total, seguindo algumas fontes médicas) e é o principal elemento fibroso da pele e um ingrediente importante na constituição e manutenção do tônus muscular.

 

A principal causa que gera a flacidez diz respeito a vários episódios que ocorrem com o passar do tempo, dentre eles itens como falta de atividade física, emagrecimento excessivo, envelhecimento, etc. No caso da massa muscular o que mais a afeta são itens como falta de atividade física, perda excessiva de peso e, principalmente, o envelhecimento. Por conta desses fatores os músculos ficam frouxos e perdem a tensão, ficando sem contorno definido, resultando em fibras musculares atrofiadas e flácidas.

Vamos tomar o caso das mulheres, mais sensíveis a essas mudanças: os anos passam e a pele da maioria delas se tona flácida e rígida. Muitas não sabem identificar o tipo de flacidez que resulta, o que é essencial para um tratamento eficaz e rejuvenescedor. Itens como radiação solar em excesso, má alimentação e falta de cuidados diários também contribuem para esse efeito, sempre amplificado pela força da gravidade.

Tudo isso resulta no relaxamento muscular, que afeta a musculatura subcutânea, afetando a força muscular ao desgastar as fibras de sustentação. Isso é caracterizado por uma redução das proteínas que dão vitalidade a essas fibras.

Tônus muscular

Os músculos estão em constante estado de contração parcial, o que os mantém firmes, saudáveis e prontos para a ação o tempo todo. Isso é chamado de tônus muscular e é o único aspecto da atividade do músculo esquelético que você não pode controlar voluntariamente. Mesmo quando um músculo está relaxado, os impulsos nervosos do cérebro estimulam grupos de fibras musculares dentro dele para contrair e manter o músculo tonificado.

Se o suprimento nervoso para um músculo é destruído, por exemplo, em um acidente, suas fibras musculares não são mais estimuladas a se contrair dessa maneira. Isso fará com que o músculo perca seu tônus e fique flácido. Eventualmente, o músculo começará a definhar.

Normalmente, as pessoas desconhecem seu tônus muscular em suas atividades diárias. O corpo mantém o equilíbrio entre o tônus dos grupos musculares flexores e extensores. Às vezes, em pessoas normais e saudáveis, esse tônus é perdido nos grupos musculares flexores ou extensores de forma isolada, temporária e intermitentemente resultando em “cãibras musculares”. O tratamento desses grupos de músculos extensores ou flexores isoladamente para relaxar pode ser difícil.

Geralmente, relaxantes musculares ou quinino podem ajudar com cãibras e são garantidos quando se tornam problemáticos. Mas esses medicamentos causam seu efeito relaxante em ambos os grupos, moderando seu tom. A causa das contrações intermitentes desproporcionais dos flexores ou extensores ou a causa das cãibras é desconhecida.

O estímulo para essas “cãibras” pode se originar no córtex cerebral, na medula espinhal ou no próprio músculo. Isso pode indicar o desenvolvimento de patologia ou outros problemas no futuro.

Consequências da flacidez muscular em excesso

Quando os músculos se tornam flácidos podem ocorrer diversos sintomas que geram condições que podem ser tratadas com o auxílio de uma boa programação de fisioterapia. Uma consequência bastante divulgada e que preocupa os médicos é a chamada atrofia muscular.

A atrofia muscular é uma condição caracterizada pela redução do volume e degeneração funcional dos músculos. Isso acontece devido à diminuição do volume das células individuais que as compõem e da substância intercelular. As causas podem ser fisiológicas (envelhecimento) ou patológicas, como certas doenças.

A paralisia muscular, que é a perda da função muscular, se manifesta também com a flacidez, chamada de periférica ou atrófica. Em resumo, pode se caracterizar pela perda do movimento voluntário e acompanhada por diminuição do tônus muscular, que se tornam flácidos e afinados.

Só para se ter uma ideia as doenças que podem estar associadas à atrofia e paralisia muscular flácida são: bursite, botulismo, cirrose hepática, ictiose, lepra, pé diabético, poliomielite, sífilis e síndrome do túnel do carpo. Tudo isto pode surgir da flacidez muscular, por isso é bom estar sempre em contato com seu médico quando os sintomas se manifestarem para ter certeza de que não se trata de nada muito sério.

Fraqueza muscular

Estudos mais recentes mostraram que o tônus muscular flácido compartilha alguns mecanismos biológicos com blefaroptose, lesões cerebrais, acidente vascular cerebral, coma, anormalidade congênita, trauma craniocerebral, transtorno depressivo, edema, disfunção erétil, músculo-hipotonia, músculo- espasticidade, fraqueza muscular, nervosismo, obesidade, observação de bloqueio neuromuscular, dor, priapismo, lesões na medula espinhal, fraqueza.
Entre as muitas vias, essas poucas têm despertado interesse particular de cientistas que estudam o tônus muscular flácido, e têm sido vistas em publicações com frequência: Envelhecimento, Proliferação Celular, Coagulação, Diurese, Exocitose, Inervação, Locomoção, Contração Muscular, Neuroproteção, Patogênese, Peniana Ereção, Pigmentação, Reflexo, Regeneração, Regulação da Ereção Peniana, Reflexo de Endireitamento, Sensibilização, Transporte, Transposição, Vasoconstrição

Pessoas idosas e crianças muito jovens são basicamente dois grupos que precisam de cuidados constantes. Isso porque as pessoas têm mania de achar que o ciclo da vida faz com que o indivíduo comece fraco na infância, vai se fortalecendo até a idade adulta e volta a enfraquecer quando se torna idoso.

A fraqueza muscular pode ser um indício de que aquela pessoa tem tendências a desenvolver flacidez muscular. Vejamos um exemplo recente. Segundo o site VUMC Reporter uma pesquisa que começou no Vanderbilt University Medical Center encontrou evidências de que uma infecção viral seguida por uma resposta imune “robusta” é a causa de uma doença paralisante semelhante à poliomielite em crianças chamada mielite flácida aguda (AFM em inglês).

Matthew Vogt, ex-pesquisador da VUMC que agora faz parte do corpo docente da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, é o principal autor das descobertas do estudo, publicadas em 26 de maio como um relato de caso no The New England Journal of Medicine.

AFM é uma condição neurológica grave que causa fraqueza muscular, às vezes levando à paralisia permanente. Dos 682 casos de AFM confirmados nos Estados Unidos desde 2014, apenas duas mortes foram relatadas, mas os pacientes raramente recuperam a força total.

O vírus suspeito, enterovírus D68 (EV-D68), pode causar sintomas leves a graves, incluindo coriza, chiado no peito, tosse, dores no corpo e dores musculares. O EV-D68 foi detectado em amostras respiratórias de pacientes com AFM, mas faltavam evidências firmes de causa direta – até agora.

O estudo começou no VUMC em 2019, quando Vogt era bolsista em doenças infecciosas pediátricas no laboratório de James Crowe, Jr., MD. O laboratório de Crowe desenvolveu métodos ultrarrápidos para descobrir anticorpos monoclonais humanos altamente potentes contra uma ampla gama de doenças virais, incluindo o Covid-19.

Ao examinar amostras de autópsia de um menino de 5 anos que morreu de AFM em 2008, os pesquisadores descobriram que o vírus, EV-D68, havia infectado diretamente os neurônios na medula espinhal. Eles também notaram a presença de células T CD8+ citolíticas, células imunes que normalmente matam células infectadas durante uma infecção viral.

Vogt, professor assistente de pediatria e microbiologia e imunologia da UNC, disse que ele e seus colegas usaram anticorpos monoclonais para neutralizar o EV-D68 em estudos com animais. Embora sejam necessárias mais pesquisas, o estudo pode apontar o caminho para melhorias no tratamento da AFM.

Fisioterapia, Hipertonia e Hipotonia

A fisioterapia trabalha com duas modalidades para combater a flacidez e problemas mais sérios ligados ao tônus muscular: a hipertonia e a hipotonia, dependendo do caso. Vamos ver a seguir um pouco desses dois tipos e como eles atuam.

O Tônus Alto ou Hipertonia é o aumento da tensão nos músculos que dificulta o relaxamento e pode levar a contraturas e perda de independência nas tarefas cotidianas. Nesse caso os fisioterapeutas reduzirão o impacto que isso tem em sua vida e melhorarão sua capacidade com as atividades da vida diária; e atividades regulares de sustentação de peso nos membros superiores e inferiores.

Já o Tônus Baixo ou Hipotonia é uma quantidade reduzida de tensão nos músculos acompanhada de diminuição da força muscular, o que pode impactar significativamente nas tarefas funcionais. Os fisioterapeutas avaliarão os músculos do seu corpo afetados pelo tom baixo e desenvolverão um programa personalizado que ajudará a estimular os nervos motores e fortalecer gradualmente seus músculos. A fisioterapia o ajudará nas tarefas funcionais diárias que podem ser afetadas pelo tom baixo, como rolar na cama, ficar em pé e andar.

O tratamento para casos de Tônus Baixo podem incluir atividades como exercícios para ajudar a estimular os nervos motores que suprem os músculos para melhorar a força e a resistência; treino de equilíbrio; exercícios regulares de levantamento de peso para aumentar a sensação e a propriocepção (consciência conjunta); praticar tarefas funcionais como rolar, sentar, ficar em pé e prática de marcha; alongamento muscular e mobilização articular para aliviar a dor e manter a amplitude de movimento, dentre outras.

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Links Consultados:

Physio.co.uk – https://www.physio.co.uk/what-we-treat/neurological/symptoms/muscular-problems/high-and-low-tone.php

Intervention for Flaccidity and Hypotonia – https://fadavispt.mhmedical.com/content.aspx?bookid=2327&sectionid=182075990

NovusBio – https://www.novusbio.com/diseases/flaccid-muscle-tone

BosterBio – https://www.bosterbio.com/diseases/flaccid-muscle-tone

BBC – https://www.bbc.co.uk/science/humanbody/body/factfiles/tone/adductor_animation.shtml

VUMC Reporter – https://www.bbc.co.uk/science/humanbody/body/factfiles/tone/adductor_animation.shtml